sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Florbela Espanca permanece na quintessência dos aromas poéticos, hoje e sempre...


Ser poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede do Infinito!
Por elmo, as manhãs de ouro e de cetim
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te assim perdidamente
E seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente.

Florbela Espanca



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